Investindo no Brasil

Investindo no Brasil: Ciclo de flexibilização

Q: As ações parecem ter espaço para um bom desempenho

Normalmente, o início do ciclo de flexibilização favorece o desempenho do mercado acionário , reduzindo o custo do capital, aumentando o valor presente líquido dos lucros futuros e o apetite dos investidores por assumir riscos. Analisando os ciclos anteriores, os melhores desempenhos ocorreram durante os ciclos de Meirelles (2009) e Ilan (2016), quando o Ibovespa acumulou rentabilidade de quase 40%. No ciclo atual, o Ibovespa vem apresentando resultados positivos ainda tímidos, mas, em nossa opinião, esse cenário deve avançar para resultados mais robustos nos próximos meses. A economia brasileira teve três anos de crescimento acima das expectativas do mercado e, para 2024, há uma expectativa de leve desaceleração (para cerca de 2%), embora com uma composição sólida que demonstra uma demanda doméstica sustentada e a retomada dos investimentos - um cenário favorável para as ações.

Compartilhamos como o atual ciclo de flexibilização do BCB tem criado um ambiente econômico mais favorável para o país

21 mar 2024 4 minutos de leitura

O Banco Central do Brasil deu início ao seu ciclo de flexibilização com um corte de 50 pontos-base após quase um ano de taxas inalteradas em 13,75%. Descubra por que acreditamos que este atual ciclo poderá trazer mais vantagens para as classes de ativos brasileiros, criando um maior apetite ao risco e retornos potenciais mais robustos.

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Em nossa opinião, o afrouxamento da política monetária foi (e está sendo) bem administrado

A renda fixa tem um desempenho superior durante os ciclos de flexibilização

Historicamente, durante os ciclos de flexibilização, a renda fixa local sempre superou a taxa local livre de risco, ou seja, a taxa do certificado de depósito interbancário (CDI).
No atual ciclo de flexibilização, o padrão de retorno dos títulos nominais e atrelados à inflação tem sido pior do que o normal. Em nossa opinião, as altas taxas nos mercados desenvolvidos e a incerteza sobre quando o ciclo de flexibilização começará nessas economias estão contribuindo para o fraco desempenho da renda fixa local até o momento.
Entretanto, ainda acreditamos que a classe de ativos de renda fixa local superará o desempenho do CDI no ciclo atual. O início dos ciclos de flexibilização nos mercados desenvolvidos e a continuidade prevista da desinflação no Brasil tendem a favorecer os títulos indexados à inflação e os títulos nominais.

As ações parecem ter espaço para um bom desempenho

Normalmente, o início do ciclo de flexibilização favorece o desempenho do mercado acionário, reduzindo o custo do capital, aumentando o valor presente líquido dos lucros futuros e o apetite dos investidores por assumir riscos.
Analisando os ciclos anteriores, os melhores desempenhos ocorreram durante os ciclos de Meirelles (2009) e Ilan (2016), quando o Ibovespa acumulou rentabilidade de quase 40%.
No ciclo atual, o Ibovespa vem apresentando resultados positivos ainda tímidos, mas, em nossa opinião, esse cenário deve avançar para resultados mais robustos nos próximos meses. A economia brasileira teve três anos de crescimento acima das expectativas do mercado e, para 2024, há uma expectativa de leve desaceleração (para cerca de 2%), embora com uma composição sólida que demonstra uma demanda doméstica sustentada e a retomada dos investimentos - um cenário favorável para as ações.

O real não necessariamente desvaloriza ao longo do ciclo de flexibilização

Ao discutir o comportamento do real (BRL), o diferencial entre as taxas de juros locais e as taxas de juros dos EUA é sempre um ponto de grande atenção.
Apesar da redução do diferencial entre as taxas de juros do Brasil e as dos EUA, onde o ciclo de flexibilização ainda não começou, o BRL teve um bom desempenho. Diante disso, acreditamos que o início do ciclo de cortes nas taxas de juros dos EUA pode trazer uma janela de oportunidades para a valorização do BRL.
Nesse ciclo, o BRL tem se mostrado resiliente em relação ao dólar norte-americano, apresentando uma leve valorização mesmo no cenário atual de altas taxas de juros nas economias desenvolvidas. Atribuímos esse desempenho ao superávit comercial historicamente alto do Brasil no ano passado. Esperamos que esse superávit permaneça forte este ano, ajudando a moderar o déficit em conta corrente do país.

O BCB pode se tornar mais leniente com a inflação?

Uma das maiores incertezas com relação ao BCB é quem será seu próximo presidente. O mandato de Campos Neto termina no final de 2024, e seu sucessor ainda não foi definido.
As taxas reais implícitas na curva de juros brasileira indicam as expectativas do mercado para a trajetória da taxa Selic e das expectativas de inflação.
Até o momento, a taxa real de 2 anos tem estado acima do nível observado em outros ciclos de flexibilização, mas uma mudança na abordagem do BCB em direção a uma postura mais dovish poderia reduzir as taxas reais de curto prazo e afetar o desempenho das classes de ativos. Um pivô dovish do BCB também inclinaria a curva de rendimento, pois os prêmios de mercado aumentariam, com taxas reais mais altas e inflação de equilíbrio.