O PIB brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024, acima da mediana da expectativa do mercado de 0,7%. Olhando para o PIB pelo lado da demanda, o PIB do primeiro trimestre de 2024 foi impulsionado pelo consumo das famílias. Do lado da oferta, o setor de serviços continua sendo o maior impulsionador do crescimento. Para os próximos meses, as enchentes no Rio Grande do Sul provavelmente afetarão negativamente o PIB no segundo trimestre de 2024, embora esperemos uma recuperação parcial no terceiro trimestre.

Nos títulos de taxa pós-fixados, após a última decisão do BCB de manter as taxas em 10,5% e a orientação de que esse nível será mantido por mais tempo, vemos essa classe de ativos como atrativa. Os títulos indexados a inflação apresentaram desempenho negativo no primeiro semestre, e agora estão precificando retornos equivalentes a inflação mais 6,4% para períodos de até 30 anos, o que acreditamos ser muito atraente.

Embora não acreditemos que o BCB subirá os juros tão cedo, não descartamos a possibilidade de os mercados manterem os preços estressados por um período mais longo, na ausência de um novo e crível plano fiscal. Consequentemente, mantemos os títulos pré-fixados como uma classe de ativos menos preferida em nossa alocação de ativos. Temos o valor justo do USDBRL em 5,20 até o final do ano contra o nível atual de 5,45, que parece esticado em comparação com os fundamentos do país: crescimento do PIB, diferencial de juros, preços de commodities e balanço de pagamentos, por exemplo. Como consequência, taticamente, mantemos os mercados globais como os menos preferidos devido à taxa de juros atrativa da renda fixa local.

Investindo no Brasil: Posicionando portfólios para o segundo semestre

O governo precisa aumentar a credibilidade da política monetária e fiscal para lidar com as preocupações do mercado.

03 jul 2024

Os mercados no Brasil estão refletindo níveis de valorização estressados. Explore nossa análise do atual panorama econômico ao abordar temas do PIB, desafios e preocupações financeiras do pais, e nossas preferências nas alocações de ativos.

Desafios pela frente

PIB brasileiro

O PIB brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024, acima da mediana da expectativa do mercado de 0,7%.

Olhando para o PIB pelo lado da demanda, o PIB do primeiro trimestre de 2024 foi impulsionado pelo consumo das famílias. Do lado da oferta, o setor de serviços continua sendo o maior impulsionador do crescimento.

Para os próximos meses, as enchentes no Rio Grande do Sul provavelmente afetarão negativamente o PIB no segundo trimestre de 2024, embora esperemos uma recuperação parcial no terceiro trimestre.

Preocupações do mercado

Com votação unânime, o BCB decidiu manter os juros inalterados em 10,5%, pausando o processo de flexibilização em um momento caracterizado por expectativas de inflação desancoradas.

O principal desafio do governo agora é propor um plano que vise o equilíbrio das contas públicas sem contar com aumentos na arrecadação de impostos.

Os mercados estão muito céticos até agora sobre a capacidade das iniciativas planejadas serem fortes o suficiente para alcançar um orçamento equilibrado em 2025. Acreditamos que os desafios à frente persistirão nos próximos meses, o que pesará sobre os mercados de risco em um período em que as taxas já estão elevadas tanto nos EUA quanto no Brasil.

Como se posicionar?

Mais preferidos

Nos títulos de taxa pós-fixados, após a última decisão do BCB de manter as taxas em 10,5% e a orientação de que esse nível será mantido por mais tempo, vemos essa classe de ativos como atrativa.

Os títulos indexados a inflação apresentaram desempenho negativo no primeiro semestre, e agora estão precificando retornos equivalentes a inflação mais 6,4% para períodos de até 30 anos, o que acreditamos ser muito atraente.

Menos preferidos

Embora não acreditemos que o BCB subirá os juros tão cedo, não descartamos a possibilidade de os mercados manterem os preços estressados por um período mais longo, na ausência de um novo e crível plano fiscal. Consequentemente, mantemos os títulos pré-fixados como uma classe de ativos menos preferida em nossa alocação de ativos.

Temos o valor justo do USDBRL em 5,20 até o final do ano contra o nível atual de 5,45, que parece esticado em comparação com os fundamentos do país: crescimento do PIB, diferencial de juros, preços de commodities e balanço de pagamentos, por exemplo. Como consequência, taticamente, mantemos os mercados globais como os menos preferidos devido à taxa de juros atrativa da renda fixa local.

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Vários eventos importantes determinarão o cenário de investimentos. À medida que olhamos para a segunda metade de 2024, é hora de decisão para o Federal Reserve, para o eleitorado dos EUA e para os investidores.

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