A economia brasileira teve um 2023 robusto. Estimamos que o PIB cresceu perto de 3% no ano passado, depois de expandir 2,9% em 2022 e 5% em 2021. Por trás desse comportamento estão vários fatores, incluindo uma sequência de reformas implementadas desde 2016 que geraram um aumento na confiança empresarial e desencadearam um forte crescimento do investimento em 2022. Outro fator é o forte crescimento da produtividade no setor agrícola, que semeou um boom de colheitas na última década, incluindo uma super safra em 2023 graças às condições climáticas favoráveis.

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Q: Expectativas para 2024

Esperamos ver o processo de desinflação continuar durante este ano com uma inflação de bens industriais ainda próxima de zero. Com isso, nossa previsão de inflação para o fim do ano é de 3%, a mesma da meta do Banco central do Brasil (BCB). Como vemos a taxa neutra real em 5%, prevemos que a Selic feche o ano em 8%. O principal desafio que vemos para o cenário deste ano é a meta fiscal. Estimamos que o déficit primário do ano passado ficou próximo de 1% do PIB, enquanto a meta oficial para este ano é ter um orçamento equilibrado (déficit fiscal zero). Para 2024, ainda esperamos um crescimento menor, de 1,4% devido a uma desaceleração nas principais economias globais, especialmente na China, bem como aos efeitos defasados das taxas de juros reais acima do neutro. Além disso, esperamos que a geopolítica terá um papel muito importante em 2024. As eleições presidenciais dos EUA, as guerras Israel-Hamas e Rússia-Ucrânia em curso e a rivalidade entre os EUA e a China podem afetar os mercados globalmente.

Analisamos as condições econômicas atuais no Brasil. Uma revisão das alocações estratégicas de ativos é necessária

07 fev 2024 3 minutos de leitura

Neste relatório, compartilhamos nossas expectativas para o desempenho da economia brasileira e avaliamos os principais desafios que o país enfrenta como a meta fiscal, reforma tributária, o crescimento do PIB, e mais.

Investindo no Brasil

Esperamos um crescimento menor para o Brasil em 2024

Um 2023 robusto

A economia brasileira teve um 2023 robusto. Estimamos que o PIB cresceu perto de 3% no ano passado, depois de expandir 2,9% em 2022 e 5% em 2021. Por trás desse comportamento estão vários fatores, incluindo uma sequência de reformas implementadas desde 2016 que geraram um aumento na confiança empresarial e desencadearam um forte crescimento do investimento em 2022.
Outro fator é o forte crescimento da produtividade no setor agrícola, que semeou um boom de colheitas na última década, incluindo uma super safra em 2023 graças às condições climáticas favoráveis.

Expectativas para 2024

Esperamos ver o processo de desinflação continuardurante este ano com uma inflação de bens industriais ainda próxima de zero. Com isso, nossa previsão de inflação para o fim do ano é de 3%, a mesma da meta do Banco central do Brasil (BCB). Como vemos a taxa neutra real em 5%, prevemos que a Selic feche o ano em 8%.
O principal desafio que vemos para o cenário deste ano é a meta fiscal. Estimamos que o déficit primário do ano passado ficou próximo de 1% do PIB, enquanto a meta oficial para este ano é ter um orçamento equilibrado (déficit fiscal zero).
Para 2024, ainda esperamos um crescimento menor, de 1,4% devido a uma desaceleração nas principais economias globais, especialmente na China, bem como aos efeitos defasados das taxas de juros reais acima do neutro.
Além disso, esperamos que a geopolítica terá um papel muito importante em 2024. As eleições presidenciais dos EUA, as guerras Israel-Hamas e Rússia-Ucrânia em curso e a rivalidade entre os EUA e a China podem afetar os mercados globalmente.

Riscos do cenário econômico

Os riscos, a nosso ver, incluem o crescimento do PIB brasileiro próximo de zero no primeiro semestre. Uma contração pode desencadear medidas populistas do governo, piorando a situação fiscal. A sucessão no BCB também é fonte de preocupação, já que este é o último ano do mandato do presidente Roberto Campos Neto.
A regulamentação em torno da reforma do IVA é esperada para o primeiro semestre do ano. Como isso impacta diferentes setores da economia, grupos de lobby provavelmente pressionarão o governo a manter ou aumentar as exceções ao novo imposto sobre o consumidor, que deve ser definido em 27,5%. Dependendo das negociações, poderá ter um impacto negativo nas receitas fiscais futuras.
Por fim, o El Niño pode se intensificar mais do que o esperado atualmente, de modo que a safra do Brasil pode ser menos abundante, potencialmente afetando a balança comercial.

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