LatAm Access Podcast: O cenário perfeito está no horizonte?

Luciano Telo:

• “A atividade econômica nos Estados Unidos continua relativamente forte. A gente tem visto notícias muito boas, principalmente para as empresas de tecnologia. Então, isso renovou um pouco a expectativa para frente.”
• “A recomendação global é de permanecer na posição atual de ações e continuar com as posições de ações em tecnologia combinadas com ações mais tradicionais e small-caps.”

Ronaldo Patah:

• “A gente continua preferindo renda fixa neste momento porque existe um risco-retorno muito favorável com essa taxa de juros ainda elevada e, montando uma carteira diversificada, não só dos títulos do tesouro, mas também de empresas de baixo risco de crédito, você consegue ter bons retornos anualizados nos 5 anos seguintes.”
• “O que aconteceu no quarto trimestre do ano passado gerou um stress grande no mercado porque a taxa de juros batendo 5% atrai um fluxo de dinheiro muito grande de todas as partes do mundo já que é um retorno muito alto para um risco muito baixo em dólar. A gente não acredita que um stress desse tamanho acontecerá de novo. Isso limita até onde a taxa pode chegar e nos dá uma convicção grande de que essa recomendação de manter uma alocação grande em renda fixa de baixo risco de crédito é muito boa ainda nesse momento.”

Luciano Telo:

• “A gente está vendo uma correlação maior com a treasury da bolsa brasileira do que com a bolsa americana. É interessante notar que no segundo semestre do ano passado, setembro foi um mês que o yield da treasury subiu e saiu dinheiro da Ibovespa. Quando chegou o final de outubro, o yield das treasuries começou a abaixar e começou a entrar dinheiro do estrangeiro no Brasil. É quase como se o fluxo do estrangeiro fosse correlacionado com o retorno esperado nas treasuries.”
• “A gente gosta da bolsa do Brasil porque no final, as treasuries baixando vai dar um retorno positivo e um gatilho eventualmente para as ações andarem.”

Luciano Telo:

• “Quando a gente olhava a partir do ponto de vista da virada do ano passado, a gente via dois riscos: o fiscal brasileiro tinha que começar a mostrar algum resultado (o ano passado, o ajuste fiscal foi muito baseado em arrecadação), e iria ter uma discussão se de fato iam cair os juros ou não. Quando veio janeiro, o Fed foi muito claro em dizer que não haverá um corte em março. De uma certa forma, isso corrigiu parcialmente nos preços, e do ponto de vista fiscal brasileiro, a gente ainda tem essa dúvida e risco para ser observado em março, se de fato vai ser revisada a meta. O que o Brasil traz de riscos a gente vai observar em março em uma discussão maior dessa parte fiscal.”

Luciano Telo:

• “Olhando para câmbio, estamos confortáveis. Os modelos que olham para a balança comercial ou mesmo para os que olham para o diferencial de juros e percepção de riscos, todos eles apontam na direção de estabilidade.”

• “A gente até olhou como os riscos globais entrariam em contato com as classes de ativos brasileiras e teriam impacto. Se for um tipo de risco geopolítico de guerra, por exemplo, que faz com que a treasury diminua o yield, não é muito claro qual seria o impacto que teria isso, por exemplo, na NTN-B brasileira. Na nossa visão, se for um choque temporário e for só uma questão que não reflita uma mudança de preços para frente, de petróleo ou de visão de inflação, estamos confortáveis.”