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Investindo no Brasil

Investindo no Brasil: Enigma do mercado

A economia brasileira está contrariando nossas expectativas de crescimento, taxas de juros, moeda e mais

01 abr 2024 3 minutos de leitura

Investidores conversando

Mesmo frente um crescimento mais forte do que o esperado para a economia do Brasil, as ações estão caindo e os juros estão subindo. Leia nossas perspectivas sobre como explicamos este paradoxo.

Investindo no Brasil

Conheça os possíveis fatores que estão causando esse paradoxo econômico

Últimos dados econômicos

O Índice de Atividade Econômica do BCB (IBCBr) expandiu 0,60% em janeiro na comparação com o mês anterior. Na comparação anual, o IBCBr avançou 3,5% em janeiro. Com esse resultado, aumenta a probabilidade de o mercado revisar as estimativas de crescimento do PIB para cima. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV Ibre subiu 1,6 ponto em março, para 91,3 pontos, após duas quedas consecutivas.

Na arrecadação de impostos, após desempenho recorde em janeiro, a arrecadação federal se manteve forte em fevereiro, 12,3% acima do mesmo mês do ano passado em termos reais. Foi o melhor resultado para o mês na série da Receita Federal, iniciada em 1995.

Os dados continuam a surpreender do lado positivo na atividade, no mercado de trabalho, na confiança do consumidor e nas receitas fiscais. Mesmo assim, o mercado não reagiu bem. As ações estão caindo e, embora os dados de inflação sejam benignos, os juros estão subindo. A moeda, apoiada por um déficit em conta corrente muito estreito e superávit comercial positivo, está se depreciando em relação ao dólar, contrariando nossas expectativas.

Como explicamos esse paradoxo?

Embora a economia dos EUA ainda mostre sinais muito incipientes de desaceleração, as condições para o Federal Reserve iniciar o ciclo de flexibilização ainda não existem. A atual força do dólar e do mercado acionário americano está atraindo fluxos de investidores em todo o mundo, o que desvia investimentos de mercados desenvolvidos e emergentes em geral para os EUA. Os mercados com baixa exposição a ações de tecnologia não têm o mesmo apelo que os EUA, e o Brasil é um bom exemplo.

Este não é um ano eleitoral, mas há alguma tensão política no ar. O governo tem sido muito vocal em sua intenção de aumentar despesas e investimentos, o que aumenta o risco de não ter um orçamento equilibrado tão cedo.

O mercado ainda prevê que a inflação fique próxima de 4% em 2024, o que impediria o BCB de estender o ciclo de flexibilização para menos de 9% para a taxa básica de juros, aumentando o prêmio de risco especialmente nos títulos pré-fixados.

Implicações da alocação tática de ativos

Mantemos nossa preferência por ações mesmo após o recente desempenho ruim do principal índice, o Ibovespa. Vemos bons fundamentos econômicos, valuation barato e juros em queda como direcionadores para um melhor desempenho nos próximos meses.

À medida que vemos a economia com fundamentos mais fortes do que o esperado, incluindo receitas fiscais, mantemos os indexados à inflação como mais preferidos em nossa alocação tática.

Embora gostemos dos níveis de rendimento dos títulos de taxa pós-fixados, os mantemos como menos preferidos, pois decidimos aumentar o risco das carteiras de ações e indexados à inflação.

Mantemos os fundos multimercados locais e os fundos imobiliários em neutro.

Investidores conversando

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