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Monthly Letter: Esse efeito borboleta

Q: Como o efeito borboleta influencia os mercados

Durante os recentes encontros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, notou-se (com ironia) que o ataque do Irã em solo israelense foi claramente audível mesmo a 10.000 km de distância, no Congresso dos EUA. Após meses de impasse legislativo, uma rara coalizão bipartidária permitiu que o Congresso promulgasse um conjunto abrangente de medidas que incluem ajuda a Israel, Ucrânia, Taiwan e aliados do Indo-Pacífico, além de sanções adicionais à China, Rússia e Irã. Ainda é cedo para dizer se os eventos recentes marcam um ponto de virada na história mundial ou mesmo se a surpresa ascendente na inflação dos EUA marca uma mudança na tendência macroeconômica. Mas, como investidores, não temos escolha a não ser navegar pelas carteiras em um ambiente geopolítico e macroeconômico volátil e complexo, cheio de "efeitos borboleta" que não se importam com previsões de lucros ou métricas de avaliação. Ainda assim, uma base em análise de cenários, construída sobre o entendimento dos motores mais prováveis dos resultados de mercado futuros, é a melhor ferramenta para ajudar a definir nossas alocações de ativos.

Como eventos geopolíticos recentes podem representar uma mudança histórica e suas implicações na inflação dos EUA.

03 mai 2024 4 minutos de leitura

Neste relatório, explicamos o "efeito borboleta" e seu impacto nas decisões geopolíticas e nos mercados financeiros. Receba uma análise detalhada dos cenários econômicos atuais e futuros dos EUA, avaliando inflação, crescimento econômico e políticas do Federal Reserve.

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Como o efeito borboleta influencia os mercados

Durante os recentes encontros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, notou-se (com ironia) que o ataque do Irã em solo israelense foi claramente audível mesmo a 10.000 km de distância, no Congresso dos EUA. Após meses de impasse legislativo, uma rara coalizão bipartidária permitiu que o Congresso promulgasse um conjunto abrangente de medidas que incluem ajuda a Israel, Ucrânia, Taiwan e aliados do Indo-Pacífico, além de sanções adicionais à China, Rússia e Irã.

Ainda é cedo para dizer se os eventos recentes marcam um ponto de virada na história mundial ou mesmo se a surpresa ascendente na inflação dos EUA marca uma mudança na tendência macroeconômica.

Mas, como investidores, não temos escolha a não ser navegar pelas carteiras em um ambiente geopolítico e macroeconômico volátil e complexo, cheio de "efeitos borboleta" que não se importam com previsões de lucros ou métricas de avaliação. Ainda assim, uma base em análise de cenários, construída sobre o entendimento dos motores mais prováveis dos resultados de mercado futuros, é a melhor ferramenta para ajudar a definir nossas alocações de ativos.

O que isso significa para os investidores?

No nosso cenário base, esperamos que a inflação dos EUA retome gradualmente sua tendência de queda, alcançando 3% até o final do terceiro trimestre. Embora os funcionários do Federal Reserve tenham indicado que não há urgência em reduzir as taxas de juros, achamos que eles serão capazes de fazer o primeiro corte em setembro.

Enquanto isso, acreditamos que o conflito no Oriente Médio permanecerá geograficamente contido. Achamos que esse cenário é consistente com o S&P 500 subindo para 5.200 até o final do ano e o rendimento do Tesouro de 10 anos caindo para 3,85%.

Nosso cenário pessimista veria uma combinação de um crescimento dos EUA "muito bom", preocupações com a política fiscal dos EUA e/ou um choque sustentado nos preços das commodities levando o rendimento do Tesouro de 10 anos a 6%. Esperaríamos que o S&P 500 caísse para cerca de 4.400 nesse cenário.

Um cenário otimista dependeria do otimismo em relação à inteligência artificial aumentando ainda mais, enquanto o crescimento dos EUA permanece robusto e a inflação retoma uma trajetória descendente. Isso poderia apoiar um aumento no S&P 500 em direção a 5.500, na nossa opinião, apesar do rendimento do Tesouro de 10 anos subir para 5%.

O que esses cenários significam para os investidores?

Vemos a perspectiva geral de risco-retorno para as ações como equilibrada e, portanto, achamos que os investidores devem manter alocações de patrimônio próximas aos benchmarks estratégicos.

Dentro das ações, vemos melhores oportunidades abaixo do nível do índice em ações de qualidade, incluindo tecnologia. Também esperamos que as small caps superem.

Títulos de alta qualidade são nossa classe de ativos preferida. Títulos de qualidade têm valor em um contexto de portfólio, dado que é provável que eles se valorizem rapidamente em caso de recessão, mesmo que vejamos esse resultado como improvável ao longo do nosso horizonte de investimento tático.

As expectativas de taxa de juros teriam que subir significativamente a partir daqui para que os investidores obtenham um retorno negativo, e no nosso cenário base esperamos retornos totais de cerca de 10% para títulos de qualidade até o final do ano (Treasuries de 10 anos, com base nos rendimentos até o fechamento de 24 de abril). Enquanto isso, uma alocação para alternativas pode ajudar os investidores a diversificar e gerenciar riscos em diferentes cenários.

Nosso cenário pessimista provavelmente seria negativo tanto para títulos quanto para ações, e estratégias de hedge fund como macro e neutro em relação ao mercado de ações poderiam ajudar a estabilizar os portfólios nesse cenário.

Um mercado provavelmente com oferta insuficiente sustenta nossa visão positiva sobre o petróleo, e vemos espaço para os preços do ouro subirem ainda mais até o final do ano. Ambos também têm valor em um contexto de portfólio, especialmente para ajudar a proteger os riscos geopolíticos.

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