Year Ahead 2025

Desde o início da década de 2020, os mercados globais de ações subiram cerca de 50%, o PIB nominal dos Estados Unidos cresceu mais de 30% e os lucros corporativos nos EUA aumentaram quase 70%. Tudo isso ocorreu apesar de bloqueios globais sem precedentes, do início de guerras na Europa Oriental e no Oriente Médio, e do maior aumento das taxas de juros e da inflação em décadas.

Esses acontecimentos econômicos e de mercado levaram alguns a chamar esta década, até agora, de “Os Novos Anos 20”, caracterizada por um forte crescimento econômico, retornos expressivos nos mercados e avanços na produtividade.

Agora que nos aproximamos da metade da década, as consequências das eleições nos EUA se tornam um ponto central de atenção. A grande questão é se as mudanças políticas nos EUA prolongarão ou encerrarão os nossos “Novos Anos 20”.

No cenário otimista, menores impostos, desregulamentação e novos acordos comerciais podem reforçar uma narrativa positiva de mercado, sustentada por um crescimento sólido e pelo investimento contínuo em inteligência artificial. Já no cenário de risco, tarifas comerciais, déficits fiscais elevados e conflitos geopolíticos podem levar a uma inflação mais alta, crescimento mais fraco e maior volatilidade nos mercados. 

Ao considerarmos uma gama mais ampla de resultados possíveis para os mercados, a imprevisibilidade desta década nos lembra da importância de manter a humildade e diversificar os investimentos. Mas também nos mostra a adaptabilidade da economia, o poder da inovação e o potencial de crescimento dos mercados a longo prazo. 

No relatório Year Ahead 2025, destacamos as principais oportunidades de investimento e estratégias para ajudar os investidores a aproveitar essas oportunidades e gerenciar riscos, enquanto os “Novos Anos 20” entram em uma nova etapa.

Em nosso cenário principal, acreditamos que os bancos centrais devem continuar reduzindo as taxas de juros no próximo ano, o que provavelmente diminuirá os retornos sobre o caixa. Por isso, recomendamos que os investidores se preparem para esse cenário alocando recursos em títulos de grau de investimento, estratégias diversificadas de renda fixa e estratégias de renda variável focadas em geração de renda, garantindo assim a sustentabilidade do portfólio. 

Acreditamos que a inteligência artificial  continua sendo a maior oportunidade de investimento deste século. Para aproveitar essa tendência, os investidores devem buscar tanto megacorporações listadas em bolsa quanto empresas privadas inovadoras. 

A crescente demanda por eletricidade e os objetivos de descarbonização também devem gerar oportunidades significativas a longo prazo para empresas dos setores de energia e recursos naturais. 

No mercado de ações, vemos potencial para mais crescimento. Com a combinação de juros em queda, crescimento econômico robusto e inovações transformadoras, projetamos que o índice S&P 500 alcance 6.600 até o final de 2025, o que representa um retorno aproximado de 10% em relação aos níveis atuais. 

Embora negociações comerciais e geopolíticas possam aumentar a volatilidade, acreditamos que as tarifas aplicadas acabarão sendo mais moderadas do que as ameaçadas inicialmente. 

Fora dos Estados Unidos, vemos a exposição diversificada à Ásia (excluindo o Japão) como uma forma atrativa de capturar o crescimento dos lucros na região, ao mesmo tempo que se gerenciam riscos potenciais. Na Europa, identificamos boas oportunidades em empresas de pequeno e médio porte, além de ações suíças de alta qualidade com pagamento de dividendos.

No mercado de câmbio, acreditamos que a valorização do dólar tem seus limites. Apesar de fatores como cortes de impostos, controles de imigração e tarifas favorecerem o dólar no curto prazo, sua sobrevalorização e os déficits fiscais são preocupações de longo prazo. Por isso, recomendamos considerar a venda de dólares em momentos de alta valorização.

Em relação às commodities, esperamos que o ouro continue a alcançar novos recordes e que os preços de metais essenciais para a transição energética, como cobre, lítio e níquel, aumentem. Além disso, o panorama para os mercados globais de imóveis residenciais e comerciais parece promissor, impulsionado por uma oferta limitada e uma demanda crescente.

Além de algumas ideias específicas apresentadas neste Year Ahead, também destacamos áreas estratégicas de foco que podem ajudar os investidores a construir portfólios mais resilientes e eficazes para o longo prazo.

Para enfrentar as complexidades de curto prazo enquanto se posicionam para o sucesso no longo prazo, recomendamos revisar regularmente as seguintes medidas: colocar o caixa para trabalhar em investimentos produtivos, fortalecer o núcleo do portfólio com diversificação (incluindo alternativas), usar estratégias de alavancagem em um cenário de juros baixos, adotar uma gestão ativa dos investimentos e explorar todo o conjunto de opções, incorporando estratégias sustentáveis.

Ao aproveitar de forma criteriosa as oportunidades de curto prazo dentro do contexto de um plano estratégico bem elaborado, estamos confiantes de que os investidores podem construir portfólios resilientes e lucrativos. Ao atingirmos o meio desta década dinâmica e transformadora, desejamos a todos um ano próspero e de muito sucesso.