Carta Mensal: O que vamos observar durante as férias

Nas próximas semanas, estaremos atentos a sinais da administração Trump, do Fed e das autoridades chinesas. Sinais de que a administração dos EUA está sensível à volatilidade do mercado e que o Fed permanece comprometido em trazer as taxas de juros para um nível “neutro” reforçaria a nossa visão de hipótese básica de que as ações dos EUA têm um longo trajeto a percorrer. Enquanto isso, anúncios de estímulos econômicos mais concretos da China ou sinais de surgimento de estabilidade política na Europa poderiam facilitar o ingresso de outros mercados globais na alta dos EUA.

Diante desse cenário, recomendamos as seguintes ideias de investimento:

Com retornos sobre as disponibilidades provavelmente se desgastando ainda mais no próximo ano, recomendamos que os investidores considerem títulos de qualidade, renda fixa diversificada e estratégias de renda de ações como formas de sustentar a renda da carteira. Acreditamos que os títulos em grau de investimento ofereçam retornos atraentes e esperamos retornos de 5% em termos de dólar dos EUA.

Permanecemos atentos aos riscos tarifários, mas com o crescimento dos EUA ainda robusto, o Fed provavelmente cortaria taxas de juros, e a história da IA estrutural ainda se desenvolvendo, nós enxergamos possibilidade de alta para as ações dos EUA. Em outros lugares, temos preferência pelo mercado da Ásia (exceto Japão), incluindo Taiwan e Índia. Na Europa, embora a incerteza política permaneça alta, temos preferência por baixa e média capitalização da zona do euro, o setor de saúde e ações que pagam dividendos de qualidade na Suíça.

Continuamos acreditando que a inteligência artificial se revelará como uma das maiores oportunidades de investimento da década. Esperamos que taxas elevadas de investimento sejam seguidas por crescimento nas aplicações e acreditamos que as empresas na cadeia de valor de IA gerarão mais de USD 1,1 trilhão em receita até 2027. Avanços na IA, junto com a tendência de descarbonização, também estão impulsionando a demanda por eletricidade e acreditamos que a oportunidade de investimento em energia e recursos deve crescer nos próximos anos.

Embora o dólar dos EUA possa permanecer bem cotado no curto prazo e possa se valorizar fortemente se a abordagem da administração Trump às tarifas for mais agressiva do que o esperado, acreditamos que seu preço já esteja esticado, e surpresas de alta na Europa poderiam favorecer um euro mais forte. Recomendamos que os investidores usem os períodos de força do dólar para reduzir a exposição à moeda americana por meio de estratégias como hedge de ativos em dólar, mudando a exposição a disponibilidades e renda fixa em dólares americanos para outras moedas e por meio de opções.

Com os riscos políticos e geopolíticos provavelmente permanecendo altos no próximo ano e as taxas de juros caindo, esperamos que o ouro continue com seus ganhos em 2025, favorecido também pela diversificação atual das reservas do banco central. Também enxergamos oportunidades de longo prazo no cobre e em outros metais de transição, à medida que a demanda aumenta junto com o crescente investimento em geração de energia, armazenamento e transporte elétrico.

Acreditamos que a perspectiva para os investimentos imobiliários residenciais e comerciais globais seja brilhante. Com oferta restrita e demanda crescente, vemos oportunidades em setores como logística, data centers e moradias multifamiliares. Os investidores devem se concentrar em ativos de qualidade e diversificação estratégica para capitalizar essa dinâmica favorável do mercado.