Mesmo nesse cenário complexo, esperamos que as ações de mercados emergentes ofereçam retornos de um dígito médio a alto, impulsionados pelo crescimento dos lucros . Os mercados do norte da Ásia, particularmente Taiwan, oferecem um potencial de valorização atraente da onda de inteligência artificial. A Índia, com seu foco doméstico e status de "estado oscilante geopolítico", também apresenta oportunidades atraentes de crescimento. Também favorecemos a África do Sul, beneficiando-nos do impulso da reforma doméstica e das avaliações favoráveis. Para a China, a vitória de Trump obscurece as perspectivas de curto prazo. No entanto, os recentes sinais de política doméstica desde o final de setembro indicam um forte compromisso com a estabilização da economia, proporcionando um amortecedor para o sentimento do mercado. Estamos monitorando a próxima reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional, que deve revelar um apoio mais detalhado para enfrentar os desafios cíclicos e estruturais. Tarifas mais altas podem impactar as empresas com exposição significativa à receita dos EUA de forma negativa. O México parece especialmente vulnerável, pelo menos inicialmente. Esperamos que a relação bilateral se estabilize, já que o papel do México na manufatura norte-americana é crucial para a competitividade e para manter a inflação dos EUA baixa.

Os spreads de títulos de mercados emergentes sobre os títulos do Tesouro dos EUA foram apoiados pelo crescimento global resiliente. Os soberanos de mercados emergentes também estão vendo ações de rating líquidas positivas moderadas este ano, concentradas em países que melhoraram suas tendências fiscais. Soberanos como Brasil, Costa Rica, Paraguai, Omã, Sérvia, Catar e Turquia foram atualizados, ajudando a classe de ativos a permanecer resiliente à recente volatilidade das taxas de juros dos EUA. Os títulos denominados em dólares americanos de mercados emergentes - embora amplamente classificados como grau de investimento - oferecem taxas de juros de 6,5 a 7,0%, bem acima das dos títulos de alto rendimento dos EUA. Esperamos que os spreads dos títulos de mercados emergentes permaneçam estáveis nos próximos seis a 12 meses , permitindo que os investidores obtenham retornos altos de um dígito. Os títulos de mercados emergentes também oferecem ampla diversificação entre os países, limitando a exposição àqueles visados pela política tarifária dos EUA.

As moedas dos mercados emergentes podem permanecer sob pressão no curto prazo devido a movimentos ascendentes nos rendimentos do Tesouro dos EUA e incertezas em torno das tarifas de Trump. No entanto, é improvável que os ganhos do dólar americano sejam sustentados. Ao contrário de 2016, o Fed está em um ciclo de cortes, o déficit fiscal é maior e as avaliações em dólares americanos estão esticadas. Assim, mantemos uma visão de fraqueza do dólar no médio prazo, que deve eventualmente apoiar as moedas dos mercados emergentes . O CNY e o MXN estão particularmente expostos às mudanças de política dos EUA. Aumentamos nossas previsões para o USDCNY para o próximo ano para até 7,5 para refletir uma depreciação moderada. No curto prazo, o Banco Popular da China (PBoC) provavelmente conterá picos cambiais. No entanto, no médio prazo, o risco para a moeda provavelmente será inclinado para a depreciação. No curto prazo, achamos que o MXN pode se depreciar para até 21 em relação ao dólar americano, dado o comércio externo e a incerteza tarifária e o ruído da reforma doméstica. No entanto, esperamos que o peso mexicano se recupere para cerca de 19,5 até o final de 2025, pois acreditamos que os fundamentos da relação bilateral com os EUA se manterão.

Pesquisa do CIO

O que significa uma vitória republicana para os mercados emergentes?

Identificamos oportunidades de investimento ao analisar o impacto político e econômico da eleição nos EUA.

07 nov 2024

Não é fácil prosperar em meio à incerteza sobre o comércio global. Apesar desse contexto complexo, ainda conseguimos identificar oportunidades de investimento em ativos de mercados emergentes. Neste relatório, analisamos como a eleição dos EUA impactou os mercados e o que recomendamos para os investidores daqui para frente.

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Panorama político e econômico

Uma vitória histórica para Trump

O Partido Republicano alcançou uma vitória histórica nas eleições desta semana nos EUA, garantindo um forte mandato para efetuar mudanças com influência significativa nos ramos executivo, legislativo e judiciário do governo.

Donald Trump venceu em uma plataforma que defendia impostos mais baixos, desregulamentação, controle rígido da imigração, foco nos interesses domésticos sobre os assuntos internacionais e tarifas comerciais mais altas. Existe uma incerteza considerável quanto à sequência e extensão da implementação da política. No entanto, a força do mandato pode diminuir a lacuna entre as propostas de campanha e as políticas reais.

Um ambiente desafiador para os mercados

Espera-se que poucos mercados emergentes prosperem em meio ao aumento da incerteza sobre o comércio global, à diminuição do apoio dos EUA às instituições multilaterais e ao aprofundamento da fragmentação da economia global.

O movimento transfronteiriço de pessoas, capitais, bens e serviços provavelmente enfrentará atritos crescentes; isso será combinado com uma maior volatilidade das taxas de juros dos EUA, à medida que os mercados digerem as propostas fiscais de Trump. Claramente, o ambiente pós-eleitoral de curto prazo parece desafiador para os mercados emergentes, apesar dos ventos favoráveis relacionados ao estímulo da China e novos cortes nas taxas do Federal Reserve.

Perspectivas de investimento

Ações

Mesmo nesse cenário complexo, esperamos que as ações de mercados emergentes ofereçam retornos de um dígito médio a alto, impulsionados pelo crescimento dos lucros. Os mercados do norte da Ásia, particularmente Taiwan, oferecem um potencial de valorização atraente da onda de inteligência artificial. A Índia, com seu foco doméstico e status de "estado oscilante geopolítico", também apresenta oportunidades atraentes de crescimento. Também favorecemos a África do Sul, beneficiando-nos do impulso da reforma doméstica e das avaliações favoráveis.

Para a China, a vitória de Trump obscurece as perspectivas de curto prazo. No entanto, os recentes sinais de política doméstica desde o final de setembro indicam um forte compromisso com a estabilização da economia, proporcionando um amortecedor para o sentimento do mercado. Estamos monitorando a próxima reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional, que deve revelar um apoio mais detalhado para enfrentar os desafios cíclicos e estruturais.

Tarifas mais altas podem impactar as empresas com exposição significativa à receita dos EUA de forma negativa. O México parece especialmente vulnerável, pelo menos inicialmente. Esperamos que a relação bilateral se estabilize, já que o papel do México na manufatura norte-americana é crucial para a competitividade e para manter a inflação dos EUA baixa.

Títulos

Os spreads de títulos de mercados emergentes sobre os títulos do Tesouro dos EUA foram apoiados pelo crescimento global resiliente. Os soberanos de mercados emergentes também estão vendo ações de rating líquidas positivas moderadas este ano, concentradas em países que melhoraram suas tendências fiscais. Soberanos como Brasil, Costa Rica, Paraguai, Omã, Sérvia, Catar e Turquia foram atualizados, ajudando a classe de ativos a permanecer resiliente à recente volatilidade das taxas de juros dos EUA.

Os títulos denominados em dólares americanos de mercados emergentes - embora amplamente classificados como grau de investimento - oferecem taxas de juros de 6,5 a 7,0%, bem acima das dos títulos de alto rendimento dos EUA. Esperamos que os spreads dos títulos de mercados emergentes permaneçam estáveis nos próximos seis a 12 meses, permitindo que os investidores obtenham retornos altos de um dígito. Os títulos de mercados emergentes também oferecem ampla diversificação entre os países, limitando a exposição àqueles visados pela política tarifária dos EUA.

Moedas

As moedas dos mercados emergentes podem permanecer sob pressão no curto prazo devido a movimentos ascendentes nos rendimentos do Tesouro dos EUA e incertezas em torno das tarifas de Trump. No entanto, é improvável que os ganhos do dólar americano sejam sustentados. Ao contrário de 2016, o Fed está em um ciclo de cortes, o déficit fiscal é maior e as avaliações em dólares americanos estão esticadas. Assim, mantemos uma visão de fraqueza do dólar no médio prazo, que deve eventualmente apoiar as moedas dos mercados emergentes.

O CNY e o MXN estão particularmente expostos às mudanças de política dos EUA. Aumentamos nossas previsões para o USDCNY para o próximo ano para até 7,5 para refletir uma depreciação moderada. No curto prazo, o Banco Popular da China (PBoC) provavelmente conterá picos cambiais. No entanto, no médio prazo, o risco para a moeda provavelmente será inclinado para a depreciação. No curto prazo, achamos que o MXN pode se depreciar para até 21 em relação ao dólar americano, dado o comércio externo e a incerteza tarifária e o ruído da reforma doméstica. No entanto, esperamos que o peso mexicano se recupere para cerca de 19,5 até o final de 2025, pois acreditamos que os fundamentos da relação bilateral com os EUA se manterão.

Navegando nas eleições dos EUA

Descubra como melhor gerenciar seus investimentos com uma compilação das principais análises das eleições dos EUA e seu impacto nos mercados financeiros.

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